Pedro Galván, Miguel Velazquez, Gualberto Benitez, Antonio Barrios, Enrique Hilario

 

RESUMO

No contexto da uma cobertura universal e do uso eficiente dos recursos disponíveis na saúde pública, que devem estar orientados a uma maior equidade na prestação de serviços, maior preocupação com a efetividade e utilidade das tecnologias em saúde, existe uma perspectiva favorável a que a telemedicina seja considerada nos países industrializados em desenvolvimento como uma ferramenta para melhorar a atenção à saúde de populações remotas que não têm acesso aos especialistas. Este estudo observacional e descritivo realizado pela Unidade de Telemedicina do Ministério de Saúde Pública e Bem-Estar Social (MSPBS), em colaboração com o Departamento de Engenharia Biomédica e Imagens do Instituto de Pesquisa em Ciências da Saúde da Universidade Nacional de Assunção (IICS-UMA) e com a Universidade do País Basco (UPV/EHU), serviu como um projeto piloto para avaliar as potencialidades de um sistema de telemedicina na saúde pública. Para tanto, foram analisados os resultados preliminares de um projeto piloto de telediagnóstico implementado em alguns hospitais regionais e distritais do MSPBS. Nesse sentido, no marco do projeto piloto foram realizados 15968 diagnósticos remotos entre janeiro e novembro de 2014 através do sistema. Do total de telediagnósticos realizados, 43,9% (7008) corresponderam a estudos de tomografia, 56% (8941) a eletrocardiografia (ECG) e 0,1% (19) a ecografia. As dificuldades observadas foram relacionadas: ao recurso humano (capacitação de assistente técnico, resistência a aceitar totalmente o telediagnóstico como uma nova ferramenta) e ao tecnológico (identificação de sinais disponíveis, baixa velocidade da rede interna e dos modelos de aplicação referentes astandalone ou web). Os resultados obtidos através deste estudo piloto são de vital importância para a formulação de metodologias práticas e viáveis para a implantação de um sistema de telemedicina que ajudará a melhorar substancialmente a capacidade resolutiva local dos centros de assistência a populações remotas e dispersas e fazer um intercâmbio mais efetivo de informações clínicas, administrativas e de capacitação de pessoal. Este estudo piloto baseado nas tecnologias disponíveis, experiências prévias próprias e externas mostra as potencialidades de um sistema de telemedicina na saúde pública. Porém, antes de recomendar a sua utilização em massa, deve-se realizar um estudo exaustivo e pormenorizado dos sistemas de saúde, dos custos para sua implementação e da sustentabilidade do sistema de acordo com as metodologias vigentes.

 

Palavras chaves: Telemedicina, Telessaúde, Tele-educação, Telecuidado, Telemática em saúde.

 

Artigo completo (em espanhol) publicado na Revista de Saúde Pública do Paraguai (ISSN: 2224-6193; www.ins.gov.py/revistas/index.php/rspp/index) sob o título “Perspectivas de un Sistema de Telemedicina enlaSalud Pública delParaguay. EstudioPiloto“.

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