Programação vai até 1º de novembro, dia que contará com mesa de autoridades e a presença do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha

A quinta edição do Congresso da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (Rebrats) iniciou a programação científica nesta quarta-feira (30), no Royal Tulip Brasília Alvorada, em Brasília (DF). Em 2024, o evento traz como tema central os “Novos Horizontes na ATS: da inovação à incorporação”. Além de especialistas, o congresso reúne pesquisadores de todo o país para debater avanços, desafios e estratégias no campo da Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS).

A programação segue até o dia 1º de novembro (sexta-feira), incluindo mesas-redondas e apresentações de trabalhos, além de novas iniciativas na programação, como o “Café com Inovação”, uma atividade no formato talk show, e o “Democratizando a ATS”, uma modalidade de exposição de trabalhos científicos nas tardes do evento. Nesta sexta-feira, também haverá a participação do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics) do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha

A abertura do V Congresso da Rebrats contou com a participação do secretário-adjunto da Sectics, Leandro Safatle, que ressaltou a importância da centralidade e do fortalecimento da ciência baseada em evidências na atuação do Ministério da Saúde. Safatle destacou também como a ATS está integrada a todas as áreas da Sectics, acompanhando desde o investimento em pesquisa até a incorporação e oferta de serviços de saúde para a população brasileira pelo SUS, indo além das atribuições da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

A primeira parte das atividades foi conduzida pela diretora do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde (Dgits/Sectics/MS), Luciene Bonan, que enfatizou a relevância da ATS para o fortalecimento do SUS e a necessidade de ampliar o acesso a tecnologias inovadoras baseadas em evidências.

"Com as discussões trazidas pelas mesas do Congresso, queremos abordar como tornamos, na prática, o desenvolvimento e inovação que chegue até as pessoas, que chegue à incorporação e o acesso dos usuários do SUS ", pontuou Bonan. A diretora também destacou a ATS como um fator essencial para tornar o sistema de saúde mais acessível e eficiente.

A cerimônia de abertura contou, ainda, com a presença de autoridades e representantes do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Elton Chaves; do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Heber Dobis Bernarde; da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Ana Cristina Martins Marques; da Rede de Avaliação de Tecnologias em Saúde das Américas (RedETSA), Vania Canuto; da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Ileana Fleitas; e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Isabella do Carmo Gomes.

Em suas falas, os participantes da mesa de abertura do evento abordaram o papel fundamental da ATS na promoção de uma saúde pública equânime e otimizada para a população, ressaltando o crescimento e a influência da Rebrats na avaliação e incorporação de tecnologias que atendam às necessidades do SUS e do sistema de saúde suplementar.

Os convidados também destacaram a relevância da Rebrats no cenário da ATS na América Latina e sua crescente projeção global, contribuindo para a produção de estudos, análises de incorporação de tecnologias e capacitação de profissionais. A Rede, que hoje conta com mais de 1.000 membros e 120 Núcleos de Avaliação de Tecnologias em Saúde (Nats) registrados em todas as regiões do Brasil, reforça sua capilaridade e impacto no país.

Debate entre especialistas

A primeira mesa-redonda do evento contou com um debate sobre o “Ciclo de vida de tecnologias em saúde”, moderada pela titular do Departamento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde e de Inovação para o SUS (Deceiis), Gabriela Maretto. Participaram da mesa Andrea L. Monteiro (HEOR/Clinigen) e Marion Bennie (University of Strathclyde).

Inicialmente, Gabriela Maretto destacou as iniciativas do departamento para estimular a pesquisa, desenvolvimento e produção local de tecnologias de saúde no Brasil. Ela enfatizou como a Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) subsidia o fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis), uma estratégia que visa garantir o abastecimento contínuo de tecnologias para o SUS. Maretto também apresentou ações como o Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL) e a Matriz de Desafios Produtivos e Tecnológicos em Saúde, que buscam alinhar investimentos do Ministério da Saúde às necessidades concretas dos pacientes.

Complementando essa visão, Vania Canuto, da Opas/OMS, abordou a articulação da organização para fomentar o desenvolvimento e a produção de tecnologias na América Latina por meio da ATS. Andrea Libório (HEOR/Clinigen), por sua vez, expôs ferramentas que integram as preferências dos pacientes no desenvolvimento tecnológico. Já Marion Bennie, da University of Strathclyde, apresentou ações que capturam as perspectivas dos pacientes oncológicos e são úteis para identificar necessidades de saúde e guiar o desenvolvimento de tecnologias.

Já a segunda mesa-redonda da manhã desta quarta-feira (30) trouxe o tema “Estratégias para avaliação de desempenho”. A atividade foi moderada por Ana Carolina Lopes (Dgits/MS) e contou com a participação dos palestrantes Augusto Guerra (UFMG), Amani Ismael Baker Kurdi (University of Strathclyde) e Marion Bennie (University of Strathclyde).

Ana Carolina Freitas iniciou discutindo as ações de monitoramento do departamento para tecnologias incorporadas ao SUS, destacando os desafios e as oportunidades na avaliação de desempenho dessas tecnologias. Esse monitoramento visa aprimorar o uso e a eficácia das soluções tecnológicas já adotadas no sistema público de saúde, promovendo um olhar crítico sobre seu impacto no cuidado aos pacientes.

Marion Bennie, da University of Strathclyde, aprofundou-se nos estudos para medir a efetividade e custo-efetividade das tecnologias em saúde após sua incorporação, enfatizando o papel dos dados de mundo real, exemplificando com casos práticos de reavaliação e revisão de diretrizes clínicas. Augusto Guerra, da UFMG, complementou com projetos focados na avaliação de desempenho, enquanto Amanj Kurdi, também da University of Strathclyde, compartilhou a experiência escocesa em oncologia, destacando as soluções para coleta de dados de medicamentos no mundo real e os impactos do programa de avaliação de tecnologias em saúde do país.

Programação 

O V Congresso da Rebrats, considerado o maior evento de ATS do país, segue até o dia 1º de novembro, data em que será realizada uma mesa com a participação de Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics/MS), entre outras autoridades.

Nesse contexto, a Rebrats tem papel fundamental como uma rede de avaliação de tecnologias em saúde robusta, capacitada e com capilaridade em todas as regiões do país, o que possibilita abarcar as especificidades dos mais de 160 milhões de usuários do SUS no país.